quarta-feira, 10 de março de 2010

(parênteses)


Minha vida anda tão animadinha que nem tá dando tempo de contar a história do começo.... tô querendo resumir algumas partes, mas pra fazer isso preciso organizar meus pensamentos e meus dias.... o Tom já saiu da minha vida a um bom tempo, tenho tantas outras coisas para contar aqui, acho que agora consigo resumir um pouco mais e chegar mais perto de quem sou hoje.
Enquanto não posto mais minha vida, deixo vocês com essa tentação: Cheiro de boca...


Vou tentar sempre achar imagens interessantes como essas para ilustrar a minha história... de vez em quando posto uma verdadeira... não é o caso desssa, que catei na net... como tantos outros moços... rsrsrs





segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Quase lá.

Acho que aos poucos a doce inocência dos meus dezesseis anos foi se tornando amáveis travessuras nas teclas do computador. Aquela conversa com o Tom despertou um desejo definitivo em mim que talvez eu jamais venha a refrear.

Na bagunça do meu quarto adormeci pensando e repassando todas as sensações que tinha buscando marcar um início para o sentimento que estava dilacerando meu corpo. Definitivamente eu ainda não sabia que o que estava me remoendo não era ele, mas o desejo que crescia dentro de mim em saciar a minha sexualidade.

Na manhã seguinte, fui à aula como sempre faço. Enfrentei as mesmas piadas, os mesmos olhares de sempre, o mesmo trajeto até a sala. Tudo morno como sempre. Acho que o que me fez manter a calma foi aquela sensação de quase sono que a gente fica de manhã cedo. Parecia que haviam desligado em mim a maioria dos pensamentos da noite anterior.

No final da aula, voltei pra casa, sem pressa. Almoço, trabalho de casa, umas duas horas de cochilo, e de volta ao computador. Liguei o computador, abri todos os meus programas, MSN, Yahoo, entrei no Orkut, mas não falei com ninguém, estava aéreo, até que uma janela do MSN piscou:

- Oi, que bom que estás aqui de novo, dormiu bem ontem gatinho?

Era o Tom, meus batimentos cardíacos subiram, suei frio, fechei a janela.

- Oi, você está ai? Quando voltar me avisa. Bjos

Insistente ele mandou mais uma mensagem. Dessa vez eu respondi.

- Oi, to aqui sim. Tava conversando em outra janela, desculpa.

- Tudo bem, e ae como passou a noite?

- Bem, e vc?

- Bem tb, olha esse vídeo que eu achei...

Passou um link para download, na imagem da página dois caras no maior amasso. Fechei rápido e olhei para os lados... era só eu e minha insegurança no meu quarto. De qualquer forma, levantei e fui fechar a porta, baixei o som das caixas. Fiz o download o vídeo e o assisti inteirinho, quando voltei, Tom tinha saído.

Quinze minutos depois ele reapareceu, com a seguinte frase:

- Vamos no cinema amanhã? Tá passando um filme que eu quero ver.

- Como assim, eu nem te conheço direito! Não quero ver filme pornô.

Ele explicou que era lançamento, cinema normal, que a gente podia se conhecer na praça de alimentação de um shopping e depois decidir se queria ver o filme ou não.

- Mas eu nem te conheço, meu, é sério.

- Nisso a gente pode dar um jeito, vamos lá:
Meu nome é Tom
Tenho 21 anos
Odeio Futebol
Gosto de lasanha e de tainha assada
Não gosto de carnaval
E estou apaixonado por você.

- ehhehe essa parte do apaixonado já foi de mais...

- ok ok, mas é que se eu falasse a verdade podia parecer muito forte..

- como assim?

- tipo, se eu dissesse que to morrendo de tesão por ti.

- Me passa teu perfil do Orkut.

- Isso quer dizer que vamos no cinema?

- Isso quer dizer que eu quero teu Orkut.

Alguns segundos depois ele passou o link, entrei e vi as primeiras fotos, depois disso foi fácil dizer sim.

- Tá eu até vou ao cinema amanhã, qual shopping?

Combinamos tudo, agora só faltava um dia, e a minha vida jamais seria a mesma.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Será que eu sei? (parte 2)

Já chegava perto da meia noite quando decidi desligar o computador e ir dormir, plena segunda-feira, foi aí que ele resolveu se pronunciar. "Boa noite", eu respondi da mesma forma.
Ainda estou tentando me recuperar do baque que foi a segunda frase.

- Vi seu perfil e suas fotos no orkut, estava até agora pensando no que dizer, para não parecer estar apaixonado.

Eu já recebera cantada de homens antes, mas nunca tinha prestado atenção. Dessa vez eu parei para ouvir e ele continuou.

- Sei que parece estranho eu te adicionar assim do nada. Mas quando eu comecei a passar foto por foto eu não resisti. Heheheh
Teu msn estava ali e ...

Decidi entrar no assunto e ver onde ele iria.

- Sério? Nunca achei que minhas fotos fossem assim... tão tão...
- Hehehehe tão tão gostoso.

Me assustei, ou fingi  me assustar.

- Eu preciso ir, amanhã tenho aula.
- O que você faz?
- Como assim, o que eu faço?
- Tipo, que curso tu faz?
- Ensino médio... tenho só 16 anos.

Por um segundo tinha esquecido que meu orkut tem 18 anos. 

- 16? Pensei que você tivesse 18.

Previsível?... ele acreditou em todas as informações. E muito provalvelmente tenha lido todo perfil  - Tudo que você disser poderá ser usado contra você no tribunal.

- Não tenho, tenho 16. O orkut não deixa eu colocar minha idade.
- Hummm, espero que você não se importe de teclar com um cara mais velho.
- Bem... quanto a idade não é problema.
- Hhehehe como assim? Quanto a idade? Tem algum outro problema, tem namorado?
- Você é bastante direto, não? Não to acostumado a
- A teclar com outros caras?
- Isso.
- Feito!
- Feito o que?
- Posso ser seu primeiro.
- Costume não quer dizer que nunca teclei – (ao menos não sendo eu mesmo)
- Então eu estava certo, vocÊ curte caras?
- O que você entende por curtir?
- Tah neh! Tu me entendeu... tipo hxh....
- Hummmm entendi... Não sei direito... tu já fez alguma coisa? (perguntei antes que me viesse a clássica pergunta...)
- Já. Mas não é de sexo que eu quero falar... não depois que me apaixonei pelas tuas fotos.
- Hehehe sei... começa sempre assim. 
- Então tu já fez alguma coisa também?
- Pela inet não... só alguma coisa, tipo masturbação junto.
- Hummm, gosto.
- Gosta é? Tá a fim?
- Como assim? Agora?

Ele mandou um pedido de Câmera. Não imaginei que meu “tá a fim?” fosse despertar tanto interesse.

- Eu não tenho câmera – respondi reativo.
- Não tem problema, vocÊ me olha.
- Tudo bem.

Enquanto carregava a cam dele, eu fui até o banheiro correndo, em silêncio, pegar um rolo de papel higiênico. Quando voltei a cam já havia aberto, e sem dúvida, se antes eu tinha alguma dúvida do que sentia, naquele momento senti minha pressão subir, cada vaso sanguíneo do meu corpo era sensível ao sangue que por ele circulava. Minha boca, ao invés de seca,r salivou. Se tivesse como, teria atravessado a câmera na hora. Claro que muito da minha inocência fazia com que aquele momento fosse mais excitante ainda. 

Eu podia ver seu abdômen, quase que desenhado à navalha. Sobre ele repousava, digamos que, a arma do crime. Crime que eu teria cometido no shopping se me sentisse mais à vontade nessa tarde. Mas na noite em que  nos conhecemos eu pude ver o que me esperava.

Com os olhos vidrados no monitor, tranquei a porta do quarto, caminhei até a escrivaninha, puxei a cadeira, nu da cintura para baixo. Desci minhas mãos pelo meu corpo, imitando os movimentos que ele fazia. Ele desceu a mão pelo peito, fazendo com que a câmera o acompanhasse. Desceu até seu pênis, e intercalava palavras e movimentos. 

Era bastante complicado digitar naquela situação. Minha euforia era tanta, que preferi assistir, pois se tentasse continuar imitando-o, iria gozar muito antes, e a brincadeira acabaria. Eu o vi se masturbar durante uns 10 minutos, ele avisou quando estava perto de gozar, foi então quando eu voltei a imita-lo. Gozamos juntos.

Eu desliguei o computador correndo, apenas disse “tenho que ir” e pude ler um “te vejo amanhã?” que ficou sem resposta.

Me limpei com o papel que havia pego. Desliguei a luz. Liguei o rádio. 

Virar para de um lado para outro da cama sempre foi meu hobby antes de dormir, mas parecia que eu jamais encontraria sono. Pela minha cabeça passavam coisas como “e se ele me conhece e estava tentando descobrir alguma coisa.” 

A final de contas, eu não havia visto o rosto dele, nem tão pouco sabia se Tom era nome de verdade.

 “E se ele for da minha escola?” “Não deve ser, eu teria reparado.” “E se for do último ano?” “Ele não seria tão mais velho e não teria se preocupado com isso” “Quantos anos ele tem? Eu não perguntei isso!” “Se ele entrar amanhã eu pergunto” “Se ele entrar amanhã eu bloqueio ele” “Se eu alguém descobrir?” “Eu posso dizer que roubaram a senha do meu msn.” “Eu quero dormir.” “Eu tenho prova amanhã?” “Tenho de história, mas com consulta” “Ele goza mais do que eu.” “Será que ele ainda está on-line?” “Não, eu tenho que dormir.”

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Será que eu sei? (parte 1)

Comecei a rir sozinho, com duas lágrimas solitárias nos olhos. O celular tocou.


- Diogo? A voz do outro lado parecia incerta.
- Oi. Eu respondi, a boca secou instantaneamente, e o coração bateu mais forte.
- É o Tom, já to com saudade de ti.
- Hehe – eu ri desconsertado – ainda consigo sentir o cheiro da tua boca.

- Isso é bom ou ruim?

- Se tratando de ti é muito bom.

- Humm interessante.


Eu não parecia ter muita coisa para dizer. Algumas coisas ainda estavam fora do lugar na minha cabeça e com certeza essa ligação tão rápida não parecia ajudar.

Eu não sabia muito o que dizer e talvez preferisse somente ouvir.


- Um amigo me convidou para dar uma volta hoje, o que você acha? Ele perguntou seriamente.

- Bem, você pode fazer o que quiser... - definitivamente eu não sabia que resposta ele esperava.

- Você não vem comigo?


Respirei fundo, olhei a estante com gavetas bagunçadas, respirei fundo mais uma vez... o dia havia sido delicioso, mas eu não podia continuar. Me olhei no espelho da cômoda, respirei fundo mais uma vez.


- Acho que é melhor não, já passei o dia todo fora de casa, e hoje é quinta-feira, amanhã eu tenho aula.

- Tudo bem, eu achei que seria legal, talvez eu não vá também.

- Não se prenda por mim - como eu poderia explicar, tenho apenas 16 anos, estou confuso, cheio de coisas na cabeça e precisando de muito oxigênio, e ele não parecia querer me deixar respirar.

- Pensei que você tivesse dito que não tinha esquecido o cheiro da minha boca.


Fiquei desconsertado novamente, ele jamais entenderia o que eu estava dizendo, e talvez não parasse de insistir.


- Eu preciso desligar, minha mãe vem vindo - menti descaradamente, à essa hora ela estava trabalhando, e não tinha motivos para chegar mais cedo.

- Tudo bem, te ligo outra hora então? - Ele me pareceu se distanciar.

- .

- Beijos.

- Outros pra você.

- Em baixo da escada?

- hehehe, tenho que desligar.


Parecia que em um instante minha memória estava viva, e como se a tarde e as coisas que me atormentavam viraram doces na minha cabeça. Eu havia conhecido o Tom há três dias, era a primeira vez que nos víamos. Tirei a colcha verde que cobria a cama, os sapatos, e me atirei sobre a cama. Liguei o som, uma música melada, não tão melada, melada e sexy, beyonce se não me engano. Abri o primeiro chocolate, e a cada mordida eu me deliciava com o gosto e com a memória da aventura que eu tinha acabado de fazer.


Três dias antes eu estava navegando no computador, mexendo no orkut e teclando no msn. A mesma rotina de sempre. Minha mãe disse que se eu perdesse o mesmo tempo que perco com a Internet estudando, eu não precisaria ir à escola - até que seria uma boa... - eram 11 horas da noite quando um pedido de autorização do msn apareceu na minha tela, Tom, eu não conhecia. Autorizei, mas ficou ali, calado, sem nem ao menos uma explicação. Já chegava perto da meia noite quando decidi desligar o computador e ir dormir, plena segunda-feira, foi aí que ele resolveu se pronunciar. "Boa noite", eu respondi da mesma forma.


Ainda estou tentando me recuperar do baque que foi a segunda frase.

Primeiro ato.

Eu vinha pela rua, caminhando sem pressa. Tudo que eu queria era chegar em casa.

- Tem horas? Uma senhora perguntou com cara de quem iria começar uma conversa.

Minha vontade maior era sumir. Correr até minha cama e esconder-me sob os lençóis. Eu não costumo ter rompantes depressivos, nem ao menos ser mal educado, respondi a ela sem pensar “quatro e quinze”, fazia pouco que eu tinha olhado o relógio, então tentei chutar aproximado.

Quase dobrando a esquina, uma quadra antes de chegar em casa, me pareceu que se comprasse um estoque de chocolates para o meu esconderijo sob as cobertas, eu talvez me sentisse melhor.
Entrei no mercadinho um tanto apressado, parecia que toda minha moleza para andar até em casa havia desaparecido. Peguei três barras de chocolate ao leite, uma nota de dez reais, passei no caixa, não olhei a atendente nos olhos, e saí. Ela tentou gritar um “boa tarde”, mas nem respondi. Caminhei mais rápido que antes, na esperança de ver o portão marinho logo, ele seria minha redenção e meu quarto uma bênção.

Meu chaveiro, um emaranhado de chaves e penduricalhos, parecia que não tinha intimidade alguma com ele, demorei anos para abrir o portão. Atravessei o caminho de pedras que cortam o jardim. Passei pela entrada como um vulto, sem que pudesse ser visto, entrei no quarto, bati a porta, joguei-me na cama.

Comecei a rir sozinho, com duas lágrimas solitárias nos olhos. O celular tocou.
- Diogo? A voz do outro lado parecia incerta.
- Oi. Eu respondi, a boca secou instantaneamente, e o coração bateu mais forte.
- É o Tom, já to com saudade de ti.
- Hehe – eu ri desconcertado – ainda consigo sentir o cheiro da tua boca.