sexta-feira, 24 de abril de 2009

Será que eu sei? (parte 2)

Já chegava perto da meia noite quando decidi desligar o computador e ir dormir, plena segunda-feira, foi aí que ele resolveu se pronunciar. "Boa noite", eu respondi da mesma forma.
Ainda estou tentando me recuperar do baque que foi a segunda frase.

- Vi seu perfil e suas fotos no orkut, estava até agora pensando no que dizer, para não parecer estar apaixonado.

Eu já recebera cantada de homens antes, mas nunca tinha prestado atenção. Dessa vez eu parei para ouvir e ele continuou.

- Sei que parece estranho eu te adicionar assim do nada. Mas quando eu comecei a passar foto por foto eu não resisti. Heheheh
Teu msn estava ali e ...

Decidi entrar no assunto e ver onde ele iria.

- Sério? Nunca achei que minhas fotos fossem assim... tão tão...
- Hehehehe tão tão gostoso.

Me assustei, ou fingi  me assustar.

- Eu preciso ir, amanhã tenho aula.
- O que você faz?
- Como assim, o que eu faço?
- Tipo, que curso tu faz?
- Ensino médio... tenho só 16 anos.

Por um segundo tinha esquecido que meu orkut tem 18 anos. 

- 16? Pensei que você tivesse 18.

Previsível?... ele acreditou em todas as informações. E muito provalvelmente tenha lido todo perfil  - Tudo que você disser poderá ser usado contra você no tribunal.

- Não tenho, tenho 16. O orkut não deixa eu colocar minha idade.
- Hummm, espero que você não se importe de teclar com um cara mais velho.
- Bem... quanto a idade não é problema.
- Hhehehe como assim? Quanto a idade? Tem algum outro problema, tem namorado?
- Você é bastante direto, não? Não to acostumado a
- A teclar com outros caras?
- Isso.
- Feito!
- Feito o que?
- Posso ser seu primeiro.
- Costume não quer dizer que nunca teclei – (ao menos não sendo eu mesmo)
- Então eu estava certo, vocÊ curte caras?
- O que você entende por curtir?
- Tah neh! Tu me entendeu... tipo hxh....
- Hummmm entendi... Não sei direito... tu já fez alguma coisa? (perguntei antes que me viesse a clássica pergunta...)
- Já. Mas não é de sexo que eu quero falar... não depois que me apaixonei pelas tuas fotos.
- Hehehe sei... começa sempre assim. 
- Então tu já fez alguma coisa também?
- Pela inet não... só alguma coisa, tipo masturbação junto.
- Hummm, gosto.
- Gosta é? Tá a fim?
- Como assim? Agora?

Ele mandou um pedido de Câmera. Não imaginei que meu “tá a fim?” fosse despertar tanto interesse.

- Eu não tenho câmera – respondi reativo.
- Não tem problema, vocÊ me olha.
- Tudo bem.

Enquanto carregava a cam dele, eu fui até o banheiro correndo, em silêncio, pegar um rolo de papel higiênico. Quando voltei a cam já havia aberto, e sem dúvida, se antes eu tinha alguma dúvida do que sentia, naquele momento senti minha pressão subir, cada vaso sanguíneo do meu corpo era sensível ao sangue que por ele circulava. Minha boca, ao invés de seca,r salivou. Se tivesse como, teria atravessado a câmera na hora. Claro que muito da minha inocência fazia com que aquele momento fosse mais excitante ainda. 

Eu podia ver seu abdômen, quase que desenhado à navalha. Sobre ele repousava, digamos que, a arma do crime. Crime que eu teria cometido no shopping se me sentisse mais à vontade nessa tarde. Mas na noite em que  nos conhecemos eu pude ver o que me esperava.

Com os olhos vidrados no monitor, tranquei a porta do quarto, caminhei até a escrivaninha, puxei a cadeira, nu da cintura para baixo. Desci minhas mãos pelo meu corpo, imitando os movimentos que ele fazia. Ele desceu a mão pelo peito, fazendo com que a câmera o acompanhasse. Desceu até seu pênis, e intercalava palavras e movimentos. 

Era bastante complicado digitar naquela situação. Minha euforia era tanta, que preferi assistir, pois se tentasse continuar imitando-o, iria gozar muito antes, e a brincadeira acabaria. Eu o vi se masturbar durante uns 10 minutos, ele avisou quando estava perto de gozar, foi então quando eu voltei a imita-lo. Gozamos juntos.

Eu desliguei o computador correndo, apenas disse “tenho que ir” e pude ler um “te vejo amanhã?” que ficou sem resposta.

Me limpei com o papel que havia pego. Desliguei a luz. Liguei o rádio. 

Virar para de um lado para outro da cama sempre foi meu hobby antes de dormir, mas parecia que eu jamais encontraria sono. Pela minha cabeça passavam coisas como “e se ele me conhece e estava tentando descobrir alguma coisa.” 

A final de contas, eu não havia visto o rosto dele, nem tão pouco sabia se Tom era nome de verdade.

 “E se ele for da minha escola?” “Não deve ser, eu teria reparado.” “E se for do último ano?” “Ele não seria tão mais velho e não teria se preocupado com isso” “Quantos anos ele tem? Eu não perguntei isso!” “Se ele entrar amanhã eu pergunto” “Se ele entrar amanhã eu bloqueio ele” “Se eu alguém descobrir?” “Eu posso dizer que roubaram a senha do meu msn.” “Eu quero dormir.” “Eu tenho prova amanhã?” “Tenho de história, mas com consulta” “Ele goza mais do que eu.” “Será que ele ainda está on-line?” “Não, eu tenho que dormir.”

3 comentários:

Cris, o Clarim. disse...

Bem-vindo novamente, Diogo! Até que enfim eu soube o que aconteceu nesta conversa com o Tom...rsrs
Pois é pois é, adolescente.. cheio de dúvidas, desobrindo um mundo novo... sentimentos loucos dentro de ti, vontades que antes tu não sabia (ou não admitia) existirem... fez-me recordar de quando eu tinha mais ou menos a tua idade. rsrs
Bom, to louco para saber o que vai acontecer em seguida... e esse lance de cheiro da tua boca... acho que vai dar o que falar..hehehe
Abraço!

FOXX disse...

interessante
mas posso dar uma dica?
posts menores
divide em mais capitulos
é dificil manter o leitor, principalmente qndo vc tá começando, se os textos são muito grandes

Rapazes de Fino Trato disse...

Opa! Blz?

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